Soledad Impura/ Tradução Diana Araujo Pereira

20110612-Portada del libro.jpg

*
Um profundo sopro de ar.
Espelhos, pequenos e nublados,
rodeando-nos e refletindo-nos.
A morte está perto. Mas você
até mais próxima.
Levanto a mão. Acaricio teus cabelos
e teus seios.
Roxo de emoção.
Expludo. Desapareço.
Pouca coisa é a vida ante emoção tão certa.
Teu corpo nu saiu pelo meu umbigo
e do meu ventre. É assim como te reconheço.
Tuas pernas e tuas cadeiras antes eu já tinha beijado.
Como cada um dos teus braços abertos
e dos teus lábios ainda fechados.
Minha morte em tuas palavras.

**
Toupeira. Campeão da solidão.
Católico até na meleca.
Lascivo quase sempre.
Construtor de origamis: de bolas
e de aves bem dobradas.
Sem cara definida. Salvo
pelos lábios de peixe. Pelas escamas.
Crescido sem entender a dor nem as desgraças.
Capturado pela morte, num jogo
que começou inocente e ao qual não nos convidaram.
Resgatado por essa mesma inocência.

Textos leídos en un sarao, de ayer sábado, en Casa das Rosas o Espacio Haroldo de Campos de Poesía y Literatura (São Paulo). Estuvieron presentes, entre otros, el poeta Alfredo Fressia que me obsequió su libro de crónicas, Ciudad de papel, auto-biografía de la que pronto sabrán algo más por este mismo blog.

Puntuación: 5.00 / Votos: 2

Deja un comentario

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *