A Gal

Fora do centro, tudo diluído, deslize para mim

Corpo aberto sexo aberto

Fiz uma flor meu pistilo uma boca curta

Uns poucos lábios minúsculos por onde brota a poesia

Digo meu ser que carrego sendo que sou

Indeterminado como uma alface

Quando você olha de perto

Cem camadas duzentos vento

Um par de caracóis nossas mãos detidas

Se isso é viver, se isso é morrer

O que mais ele nos daria?

A mesma morte terá seu complemento

A própria agonia

Sua festa particular

Levado em beijos levado pelo amor

Quebrado pela felicidade

Se eu não entrar agora, se eu não sair

Se em caule aberto ou em flor fechada

Se em perfume ou em louvor

Que encontramos

Nisto que não somos

Como o próprio ar

Neste e no outro e em nenhum

©Pedro Granados, 2022.

Puntuación: 5 / Votos: 4

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