Escultura de Hermafrodito (Louvre)
Eugênio Passos,
segundo o amor de Quíron a Hipólita: se uma metade tem o desejo de conduzi-la, a outra tem a vontade de cavalgá-la.
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Dedicado a ti, Átis, para quem eu seria Hermafrodito: Hermes, para meu desejo; Afrodite, para tua vontade.
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“A curva de teus quadris assemelha-se a um colar, obra de mãos de artista.” (Ct, 7, 2.)
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Minha amiga, quando só, apartado de ti,
E já não estou sujeito ao compromisso casto de nossa amizade,
Então, na secreta privacidade onanística, biparto-me.
Metade de mim, leoa, fareja-te a concavidade da vulva
E persegue-te numa carreira rápida,
Porquanto, lépida e leve,
Tua juventude, fêmea e álacre, é vigorosa e vívida.
Metade de mim, leão, divisa-te a convexidade das nádegas
E arrodea-te num cerco astuto,
Porque, desejável e apetecível,
Tua anatomia, poética e sáfica, é delicada e sensível.
Primeiro, a leoa ataca-te pela frente, derruba-te e abate.
Abocanha-se-te a pélvis: beija-se, chupa-se, suga-se, toca-se;
Nada daquilo de que só gostas nas mulheres é deixado [incólume.
Depois, o leão chega-te por trás, penetra-te e invade.
Devassam-te os glúteos: beija-se, chupa-se, suga-se, mete-se;
Tudo daquilo de que só gosto nas mulheres não é deixado [intacto.
Por fim, saciado o leão, satisfeita a leoa,
Torno-me inerme e uno: teu amigo.
