Espaçoso, antigo e útil. Revestido, entalhado e aperfeiçoado. Seguro e estranho, não, estranho é o adereço que o envolve. Um banco percorrido por traçados convertidos, analógicos, com agudas arestas que ofuscam os olhos cansados de quem se atreve interpretá-lo. Bravio, fruto de trabalho antigo, suado e feroz que esplandece seu valor. O vento toca carinhosamente os detalhes evoluídos daquele grande e vazio assento.
Não entendo o porquê daquele adereço, as pessoas passam vagarosamente, sem se quer reparar aquele enigma. Um banco vazio, antigo e pesado, não ultrapassa a imaginação de quem viaja em sua intensidade.
Espaços vazios? O que representaum assento vazio?Porque se questionam?
Sim, algo quebra a perfeição do momento planejado, uma grutesca senhora senta-se. Senta-se ao lado do banco sobre os pedregulhos entalhados pelo piche amigavelmente repousados sobre o chão. Delicadamente tece uma trança e os olham, possui ventania em seu olhar, deve ser bruxa, ou um nada jogado ao lado de um exuberante banco. Não parece saber ler, alias não parece enxergar. Isso explica sentar-se no chão?
Sem ser inibida e enfeitiçada pelo que não viu, saboreia o prazer de usufruir aquele próximo repouso. Excelentíssimo assento, seria uma prazer o usufruir porém esse trapilho dependurado em vós, nos impede. Quem por ousadia lhe pendurou essa estranheza; “senta-se, caso for convidado!”. Distintas organizadas palavras que inibem o olhar admirado daqueles que atravessam a movimentada avenida e se depara com um banco embrulhado por olhares vigiantes no meio da pista, travando e impedindo todo o livre arbítrio do transito caótico, do andar distorcido, daquele pensar convertido, do trafegar cansado, do sonhar embriagante…
Deliro absurdo te ver, te admirar e,e,e… Cadê? Deixa? Ó assento cruel e magnifico, que não nos liberta dessa delirante orgia, ultrapasse os limites da confusão e nos desvie dessa angustia azucrinante.
Distinguida estudiante de Letras de la UNILA.