Carta
Escribirte de nuevo
me faz tre-mer
espero que pienses
mi contorno en tu arco iris
tanto quanto eu penso
tua sombra no meu sorriso
te digo que te extraño
mesmo que las mentiras lo nieguen
te digo que me con-fundo
meu espelho
se rompe en mi reflejo,
trozos de extranjero
dilatan mis memorias
placidas,
suaves,
hermeticas
(a)mo.
AS HORAS DE….A
São 3:00 da manhã,
cadê a minha…minha caneta?
A madrugada se arrasta
como uma…uma cascavel,
que escolhe folhas secas para dormir…dormir melhor
Olhe com atenção! por…porque se alguma cascavel
Se…se dispõe a se…se defender, ela morde,
infecta você com seu VE – NE – NO
É provável que não alcance algum…conto para contar
São 4:00 da manhã,
cadê o meu…meu caderno?
A madrugada se arrasta
como uma…uma lagartixa,
fria, veloz como a sua língua ás…áspera
Mas estou só. Andando pelas pare…paredes
São 5:00 da manhã,
cadê os meus óculos?
A madrugada continua se arrastando
quase para…parando
ruído algum,
Os minutos esperam os segundos passar… TIC-TAC-TIC-TAC…
São 6:00 da manhã
O encontro dos desencontrados
A madrugada para…para de se arrastar
COCORICÓ….COCOROCÓ….QUIQUIRIQUI….cantou o galo
Despertando….o nascer do sol
Cigarras
Acordando ao canto da cidade ardente
Não dos motores
Não das línguas
Daquelas que sonham em cantar por anos
Como seria viver três anos embaixo do pano?
Do pano roxo que lhes trás à vida
Do trabalho ao canto
Um cantarolar que eu conto
Ao acordar e lembrar que é dia
Dias em que trabalho
Dias a fio em que elas soam
Como uma sirene
Dos seus dias de prole
Dos meus dias de pranto
Nota: A terra avermelhada da região, característica também de Foz do iguaçu, é conhecida como “terra roxa”, pois imigrantes italianos a chamavam por “terra rossa”, então o aportuguesamento para “roxa” ao invés de “vermelha”. As cigarras, em seu período larval, podem viver de 3 até 17 anos abaixo da terra, dependendo da espécie, eclodindo apenas em sua fase madura, período em que cantam, copulam e em seguida morrem, período este que marca o início da primavera. Cigarras também estão presentes em Foz do iguaçu.
“Convivo com o hibrido. Aqui não há só uma identidade, mas muitas.
Nunca sei quem está aqui de passagem ou quem realmente vive aqui.
As fronteiras se dissolveram. A diferença aqui é normal. Somos um
povo em transito. Tudo se move com as cataratas”
“Garganta do diabo”, primer poemario que prepara Alejandro Abdul y que será lanzado, por Guardanapo Editores, proximamente en Foz do Iguaçu.