Frankétienne, Pedro e Indran Amirthanayagam
Eu sinto o menino nas entranhas
do meu corpo. Estira, vira, come.
Devo ser feminino como a terra,
Mas, identifico também com a chuva
recaindo ao mar. Sou poeta! Aceito
agüentar a criança. Aceito ser
homem e mulher. Deus entende
o porquê, mas não diz nada.
Ele representa o mistério enquanto
sinto um barco com suas velas
construidas pelo vento e o tesouro
adentro que depende da minha alimentação.
Mas, eu não posso saber quando tombara
o barco acabando também com nosso futuro.
Indran Amirthanayagam, o 9 febrero, 2018