La bela de pele de Biju/ Mauricio Santos*

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Vendia, aos gritos. Eles a compravam.
Não era magra, nem bela
Não era preta ou inodora
Não era incestuosa.
Tomava para si, com a boca.
De tão pura nascia nua,
Tinha uma mecha de cada cor,
O céu da sua boca tinha tatuagens
Os dentes feitos e cor de esmeralda
A menina dela, dos olhos – Gozava – me.
Ignorava o corpo divido por dois e amava.
São dois seios morenos, duas cuias de beber.
Uma mão que regurgita amor.
E uma mão para comer.
São duas mãos cheias, de dedos.
Um coração em forma de luz
Um sorriso desenhado com giz
Pernas como de uma deusa ateia
Bela de pele de biju.
Tinha musgos ao invés de pelos
Tira coragem ao invés de couraça
Traficava felicidade por cima do rio.
A saia de tão longa que já era o próprio rio.
De tão humana é que foi perfeita.


*Mauricio Santos, joven poeta brasileño (18 años); estudiante de antropología en la UNILA.

Puntuación: 5.00 / Votos: 3

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