OCHO POETAS JÓVENES BRASILEÑOS

20110511-citrullus-lanatus-sandia.jpg

Selección y nota: Claudio Daniel

Traducción: Leo Lobos

POETAS:

Simone Homem de Mello (SP)

Ruy de Vasconcelos (CE)

Jorge Lúcio de Campos (RJ)

Lígia Dabul (RJ)

Virna Teixeira (CE)

Franklin Alves (RJ)

Eduardo Jorge (CE)

Adriana Zapparoli (SP).

Simone Homem de Mello

Kouros

De quem adia
com os olhos
(visionário)
o que acaba de
se gravar à pele:

deitado ao chão,
o mármore
semilapidado,
dissimula-se às tantas
curvas do relevo,
esquecido do cinzel.

Divaga
(lisa malícia essa,
a que seus lábios
acabam de esboçar)
ainda ao alcance
das mãos, ainda
pouco depois de
a pedra romper,
quem o esculpia
se ausentou
a meio caminho:
e ele,
ele, tosco,
no descampado.

Do mármore, o grafismo
marca traços ausentes,
sua face, sempre outra,
à contraluz. sob um sol
eclipsado,
obscurece: repentino,
ele,
ofuscado pela sombra
interina
(que tanto se pensa
infinda quanto passa),
deslembrado
de cada réstia
de luz já vista.

Aquele instante era sem prazo:
lapso do restante,
não consentia
nenhum depois –
enquanto
o Kouros de Naxos
dorme em Melanes,
sob tamariscos.

Aquela sombra o cegou.
E a boca, entreaberta,
soletrou
(os lábios incharam)
que o êxtase
é um corte.

Kouros

los ojos
(del visionario)
han visto lo que acaba de
grabarse en la piel:

acostado en el suelo
mármol
semilapidado,
se disimulan tantas
curvas del relieve,
olvidado por el cincel.

Divaga
(lisa malicia,
la que sus labios
acaban de esbozar)
al alcance
de las manos aún
poco después de
la piedra romper,
quien la esculpía
se ausentó
a medio camino:
y él,
tosco,
en el descampado.

Del mármol, grafía
marca trazos ausentes,
su cara, otra,
a contraluz. bajo un sol
eclipsado,
obscurece: de pronto,
él,
ofuscado por la sombra
interina
(que tanto se piensa
infinita cuanto pasa),
sin recuerdos
de cada haz de luz
visto ya.

Aquel instante siempre sin plazo:
lapso del resto,
no consentía
a nadie después –
en cuanto
el Houros de Naxos
duerme en Melanes,
bajo árboles tamariscos.

Aquella sombra lo cegó.
y la boca, entreabierta,
deletreó
(los labios hablarán)
que el éxtasis
es un corte.

Simone Homem de Mello, poeta e tradutora, nasceu em São Paulo (SP) e reside em Berlim, onde atua como libretista de ópera. Publicou o livro de poesia Périplos (Ateliê, 2005) e faz parte do conselho editorial da revista Zunái.

Simone Homem de Mello, poeta y traductora, nació en São Paulo y reside en Berlín, donde actúa como libretista de ópera. Publicó el libro de poesía Périplos (Ateliê, 2005) y hace parte del consejo editorial de la revista Zunái.

* * *

Ruy de Vasconcelos

NO ADRO DA IGREJA EM VIGO
sobre Martim Codax

No adro da igreja, em Vigo
e bailava o corpo esguio

Em Vigo, no adro sagrado
e bailava o corpo amado

E bailava o corpo esguio
de antemão bem-vindo

E bailava o corpo amado
de antemão sonhado

De antemão bem-vindo
e só no adro em Vigo

De antemão sonhado
e só em Vigo, no adro

EN EL ATRIO DE LA IGLESIA EN VIGO

En el atrio de la iglesia en Vigo
bailaba el cuerpo afilado

En Vigo, en el atrio sagrado
bailaba el cuerpo adorado

Y bailaba el cuerpo afilado
bienvenido de antemano

Y bailaba el cuerpo adorado
soñado de antemano

De antemano bienvenido
sólo en el atrio de la iglesia en Vigo

soñado de antemano
sólo en Vigo en el atrio de la iglesia

FLOR É UM LUGAR
Con el pe(n)sar en Creeley

Flor é um
lugar dentro da
gente onde até

o inconsciente
fragra-nos
Dealbar de um

dia, de uma
canção – a voz em
pátina de

Cego Oliveira, lugar
onde tudo rebecas ar-
ranhando à terra

e seu rasto. Flor
ah, florando, a-
lém dos passos

pétalas

os tempos, perfumes, os
lugares incomuns

de amor

(Homenagem a Creeley)

Flor es un lugar

con el pe(n)sar en Creeley

Flor es un
lugar dentro de
uno donde incluso

el inconsciente
nos abisma
iluminado de un

día, por una
canción – una voz en
pátina de

Ciego Oliveira, lugar
donde rabeles arañan la tierra

rastro. Flor
floreciendo más
allá de los pasos

pétalos

tiempo, perfumes,
lugares unicos

de amor

(Homenaje a Creeley)

Ruy de Vasconcelos, poeta e tradutor, reside em Fortaleza. Colaborou em revistas impressas e eletrônicas, no Brasil e no exterior, e participou da antologia Nothing the Sun Could Not Explain.

Ruy de Vasconcelos, poeta y traductor, reside en Fortaleza. Colabora en revistas impresas y electrónicas, en Brasil y en el exterior, y participó en la antología Nothing the Sun Could Not Explain.

* * *

Jorge Lúcio de Campos

O FIM DA JORNADA
a Joan Brown

Um rosto bífido
irrompe em
meu torso

Não como o
que se inclina
pra esquerda

onde a tristeza
vira um meio
: estou quase

aqui e ali
os sonhos
picam

EL FINAL DE LA JORNADA
a Joan Brown

Un rostro doble
irrumpe en mi
torso

No
se inclina
a la izquierda

la tristeza
se vuelve un medio
: estoy casi

aquí y allí
los sueños
punzan

FALAR E OUVIR

O amor é assim
: um verde- mofo

incandescente que
mistura códigos

e faz da aurora
um xale negro

muito forte –
a sós

HABLAR Y ESCUCHAR

El amor es así
: una verde- burla

incandescente que
mezcla códigos

y hace de la aurora
un chal negro

muy fuerte-
a solas

MIRAGEM

Não vejo como prever
a pele despida, funámbula

com detalhes de âncoras
e arpejos de sol

apesar seja estranho
o riso triste, pousado

nos lábios – o olhar
distante, bifurcado

encharcado
de mar

ESPEJISMO

No veo como anticipar
la piel desnuda, acróbata

con detalles de anclas
y arpegios de sol

a pesar de ser extraña
la risa triste, posada

en los lábios – en la mirada
distante, doblemente

encharcada
de mar

Jorge Lúcio de Campos nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1958. É autor dos livros de poesia Arcângelo (1991), Speculum (1993), Belveder (1994), A dor da linguagem (1997) e À maneira negra (1998), além de volumes de ensaios.

Jorge Lúcio de Campos nació em Rio de Janeiro, en 1958. Es autor de los libros de poesía Arcângelo (1991), Speculum (1993), Belveder (1994), A dor da linguagem (1997) y À maneira negra (1998). También ha publicado ensayos.

* * *

Lígia Dabul

INVENTÁRIO

Drácula amanheceu sem medo. Raios
de sol acrescentaram muito pouco
ao acontecimento por demais
completo: ele mudou, ele mudou!
Estamos satisfeitos a esta hora.
Convocamos amigos. Nós seremos
tantos! Mas por favor deixem de fora
meus inimigos, pálidos, serenos,
pensando se devemos ou não ir,
devemos ou não ser. Muito cuidado
com tudo o que reluz. Não penso assim
depois que despertei tão transformado.

Amanheci sem medo e quero ver
no espelho refletidos meus desejos.

INVENTARIO

Drácula despertó sin miedo. Rayos
de sol acrecentaron muy poco
el acontecimiento por demás
completo: ¡él cambió, él cambió!
a esta hora estamos todos satisfechos.
Convocamos a los amigos.
¡nos seremos tantos!
pero por favor dejen fuera
a mis pálidos serenos enemigos
que piensan quizás que debemos o no ir,
que debemos o no ser. Mucho cuidado
con todo lo que reluce.
desde que desperté tan transformado pienso así.

desperté sin miedo y deseo verme
en el espejo reflejando.

MUSTH

Tudo esquematizado. Abandonar
a música. Ficar só com os músculos.
Abastecer com urros a manada
de meninos tomados pelo rumo.
Defesas, tromba, másculas batidas,
dor onde ninguém pode chegar perto:
na imaginação de uma divisa,
na agonia infinita porque quer
que passe logo rápido mas volta
o primeiro desejo de ser nela.
O amor está sozinho mesmo agora
que o corpo não comporta tanto. Resta
catalogar mais uma variante
de viver, esse lapso de elefante.

MUSTH

Esquematizado todo. Abandonar
la música. Quedar solo.
Alimentar con rugidos la manada
de niños tomados por el rumbo.
Colmillos, trompa, batidas viriles
aflicción a la que nadie puede acercarse:
en la imaginación una línea divisoria,
la agonía que quiere pase rápido
pero regresa
el deseo de estar en ella.
El amor está solo incluso ahora
que el cuerpo no permite tanto. Resta
catalogar una variante más
para vivir, este lapso de elefante.

Lígia Dabul, poeta e antropóloga carioca, é professora na Universidade Federal Fluminense e faz pesquisas em antropologia da arte. É autora do livro de poemas Som (Bem-te-vi, 2005) e do ensaio Um percurso da pintura: a produção de identidades de artista (Eduff, 2001).

Lígia Dabul, poeta y antropóloga carioca es profesora en la Universidad Federal Fluminense y hace investigaciones en antropología del arte. Es autora del libro de poemas Som (Bem-te-vi, 2005) y del ensayo Um percurso da pintura: a produção de identidades de artista (Eduff, 2001).

* * *

Virna Teixeira

Detox

Enrolou os ferimentos em gaze. Feridas cicatrizam com o tempo. Ainda que restem entalhes. Memórias desenhadas nos ossos, adornos.

Tirou fotografias como registros. Meses após o trauma. Sem sangue nas conjuntivas.

Deixou para trás a câmera. Travesseiro, lençol branco, a água morna do banho. Inverno, lembrança noturna.

A transformação do rosto. Quando retirou as ataduras, as suturas.

No dia da partida, árvores. De perfil no trem, a luz sobre os cabelos, castanhos.

DETOX

Cubrió las heridas con gasa. Las heridas cicatrizan con el tiempo. Auque nos falten talles. Memoria dibujada en los huesos, adornos.

Tiró fotografías como registros. Meses después del trauma. Sin sangre en los ojos

Dejó atrás la cámara. Almohada, blanca sábana, el agua tibia del baño.
Invierno, nocturno recuerdo.

La transformación del rostro. Cuando retiró las ataduras, las suturas.

El día de la partida, árboles. De perfil en el tren la luz sobre los cabellos castaños.

Memory lost

Trigésimo andar: contempla a cidade, à noite. Deleção de arquivos, memórias. Algumas ficaram retorcidas no pensamento como o prédio, de janelas góticas. Cativeiro. Cinema Voltaire.

No parapeito, uma orquídea. Isolada contra o crepúsculo, violeta. O contorno borrado dos prédios.

Um dia de sol. Casais passeiam no parque. Caminha entre gansos. Crianças brincam no tanquinho de areia.

Hipocampo, estranheza de imagens. Esquinas, bifurcações. Como se nunca tivesse, tantas vezes, caminhado ali.

Memory lost

Desde el trigésimo piso contempla la ciudad por la noche. Borra archivos, memorias. Algunas retorcidas quedarán en el pensamiento como el edificio de ventanas góticas. Prisión. Cine Voltaire.

En el alféizar una orquídea. Aislada contra el crepúsculo violeta. Un contorno borrado de edificios.

Un día de sol. Parejas pasean en el parque. Caminan entre gansos. Niños juegan en el estanque de arena.

Hipocampo, extraña imagen. Esquinas, caminos que se bifurcan. Como si nunca hubiera caminado por allí.

Nado em alto-mar, maremoto. Flutuar sobre naufrágios, resíduos. Submersa no que não era – afogamento. Mergulho, viagem marítima. Escapismo, estrelas-do-mar. Sentimentos líquidos.

Ebulição. Dissolução de formas. Novas, transitórias, fluidas. Tensão, polaridade.

Repetição, aprendizado: trajeto contra a correnteza até a margem.

Memória da água. Desenhos na areia, espuma.

Nado en alta ola, maremoto. Fluctuar sobre naufragios, sobre residuos. Sumergida en lo que
no era – ahogo. buceo, viaje. Escapismo de estrellas de mar.
Líquidas sensaciones.

Evaporación. Disolución de formas. Nuevos, transitorios, fluidos. Tensión, polaridad.

Repetición, aprendizaje: trayecto contra la corriente hasta la orilla.

Memoria del agua. Dibujos en la arena, espuma.

Virna Teixeira nasceu em Fortaleza (CE), em 1971, e reside em São Paulo. É autora de Visita (2000) e Distância (2005), ambos publicados pela editora Sette Letras. Esta seleção faz parte do seu próximo livro de poemas, Trânsitos.

Virna Teixeira nació en Fortaleza (CE), en 1971, y reside en São Paulo. Es autora de Visita (2000) y Distância (2005), ambos publicados por la editorial Sette Letras. Esta selección forma parte do su próximo libro de poemas, Tránsitos.

* * *

Franklin Alves

1. Os peixes escrevem
possibilidades:
mar é pele
Multiplicam-se
Escamam-se
noutras texturas
inclusos em
sangue
sulcos

2. Os peixes grafam
salmos:
a pele é pagina –
dorso riscado
tinta azul
céu-sangue
branco

3. Os peixes cometem suicídios alheios
Deslizam pela gastura vermelha de outro deserto
Nadam com as guelras gastas
Visitam-nos quando querem
Os peixes, no seu sono de vivos,
desenham letras neste mar –
fotografamos tudo
sempre a pensar
no vermelho

4. Os peixes, cardume de
incertezas, cingem o
coração: muro vivo de
escamas
Possibilitam
Acelerações
Taquicardias
Bombeiam o sangue
e explodem
neste deserto
de vontade
.
5. Os peixes multiplicam
os peixes
Duplos de si
explodem certezas
Escamam-se noutros
peixes:
escamas são páginas
sulcos
Os peixes são os peixes
e são nós

1. Los peces escriben
posibilidades:
mar es piel
se multiplican
se escaman
en otras texturas
incluso en
sangre
surco

2 Los peces escriben
salmos:
la piel es página-
dorso rayado
azul tinta
cielo – sangre
blanca

3 Los peces cometen suicidios ajenos
se deslizan por la llanura roja de otro desierto
Nadan con agallas gastadas
cuando quieren nos visitan
Los peces en su sueño de vivos,
Dibujan letras en el mar-
Fotografiamos todo
siempre al pensar
roja

4 Los peces, cardumen de
incertidumbre, ciñen el
corazón: muro vivo de
escamas
Posibilidades
Aceleraciones
Taquicardias
Bombean sangre
y estallan
en un desierto
de voluntad

5 Los peces multiplican
los peces
Dobles de sí
estallan certezas
se escaman en otros
peces:
son escamas
páginas
surcos y todos nosotros

Franklin Alves, poeta e ensaísta, nasceu no Rio de Janeiro, onde cursa o mestrado em Letras. Tem o livro inédito de poemas Céu Vermelho.

Franklin Alves, poeta y ensayista, nació en Río de Janeiro, donde cursa la maestría en Letras. Autor del libro inédito de poemas Céu Vermelho.

* * *

Eduardo Jorge

ENGOLIR A PRESA VIVA: DUAS CONDIÇÕES

condição um –
(metade do corpo dentro
do outro)

o inverso do parto:
duplica a vida dentro de si,

antes do início da digestão.

arrepelar cada parte do corpo – com perfurações em linha:

– condição dois –

ver assustado a glote:
dar com a cabeça na laringe:

prever próximas perfurações
acalmar as patas – ar pela última vez: a serpente sepultura.

DOS CONDICIONES PARA TRAGAR LA PRESA VIVA

-primera condición-

(solo la mitad del cuerpo dentro
del otro)

a la inversa del parto;
duplica la vida dentro de sí,
antes del inicio de la digestión

arrancar cada parte del cuerpo- con perforaciones en línea

-segunda condición –

ver asustada la glotis
dar con la cabeza en la laringe:

prever máximas perforaciones

calmar las patas- aire por la última vez: serpiente sepultura

Eduardo Jorge, poeta, nasceu em Fortaleza (CE), onde edita a revista literária Gazua

Eduardo Jorge, poeta, nació en Fortaleza (CE), donde edita la revista literaria Ganzúa

* * *

Adriana Zapparoli

LUTRA-LUTRA

um dos caminhos era aquele: aquático. respirava distante e diante da sua pelagem espessa, brilhante e uniformemente castanha, com exceção da região do ventre. dEle o corpo, a cabeça e os olhos pequenos, movia-se leme a longa cauda, afilada na ponta, quase espada. indecisa a presença dEla. enquanto mergulhava submersa em seu interior, o impulso das patas. dEle sentia o movimento sinuoso do corpo. continha. aquela uma lontrafagia poética de peixe-anfíbio, reptílica ave aquática. ética lírica. seus sistemas de galerias, suas entradas de zonas rochosas, suas entranhas, umas subaquáticas e outras ao nível do solo.

LUTRA-LUTRA
.
uno de los caminos era aquel: el agua. respiraba distante y delante de su pelaje espeso, brillante y completamente castaño, con excepción de la región del vientre. De Él el cuerpo, la cabeza y los ojos pequeños, se movía al timón de su larga cola, afilada en la punta, casi espada. indecisa la presencia de Ella. En el estanque en cuanto buceaba al impulso de las patas en su interior. De Él el movimiento sinuoso del cuerpo sentía. contenido. aquella una nutriafagia poética de pez-anfibio, reptil ave de agua. ético lírico. sus sistemas de galerías, sus entradas a zonas rocosas, sus entrañas de agua y aire

* * *

verte a lágrima koala com um suspiro doce de limão. ele… um integrante preciso da laje de isopor e teto invisível. no chão. o besouro roda em circulo morango revolvendo cítrico a lâmina dum carpete de madeira. manga. um capacete calando em cadência suas antenas articuladas. mas a essência do musgo do carvalho transborda a larva presa, sua mandíbula de foice e cabeça franjada. um sentimento inalterado rodando numa bola de lama e náusea verbal. solapando fogo, a linfa contorna a cavidade cardíaca da solidão. a sua.a dele …

cae la lágrima del koala con un suspiro dulce de limón. él… un integrante del techo invisible. en el piso. un escarabajo rueda en círculos de fresa revolviendo cítrico la lámina de un tapete de madera. manga. un casco callando en la cadencia de sus antenas articuladas. pero la esencia del musgo del roble transporta la larva cautiva, su mandíbula de hoz y su cabeza. Un sentimiento sin alterar rodando en una bola de lama verbal nausea. socavando el fuego, la linfa esquiva la cavidad cardiaca de la soledad. La suya. la del.

Adriana Zapparoli é poeta e professora de biologia na Unicamp. Sua página na Internet http://zeniteblog.zip.net/

Adriana Zapparoli es poeta y profesora de biología en la Unicamp. Su página en Internet http://zeniteblog.zip.net/

Puntuación: 5.00 / Votos: 3

Deja un comentario

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *