Os erros que há em comum nos falantes do portunhol é o uso dos falsos amigos. Por exemplo, “acordarse” em espanhol significa “lembrar”, não significa “acordar-se”. Outra palavra que traz problemas é a palavra “apellido”, que em português significa “sobrenome”, e não “apelido”. O interessante é que “apelido” significa “sobrenombre” em espanhol. Isso pode nos mostrar que as línguas são como a gente, muito diversas. Também, para que este seja mais entendido, a palavra “esquisito”, em espanhol, significa “delicioso”(esp. Exquisito). Devemos ter muito cuidado, porque também podemos dizer “despido”, o que em espanhol significa um adeus, mais para os falantes de Brasil, isso significa “nu”.
Sobre a gramática e a diferença entre as duas línguas o tema torna-se mais complicado, porque as duas gramáticas são quase iguais. Talvez um problema pequeno seria a conjugação de alguns verbos. Por exemplo, a conjugação dos verbos no indicativo nas formas compostas sempre usa o verbo “ter” como auxiliar. Na língua espanhola o verbo auxiliar é o verbo “haver”. Em português temos conjugações como: tenho feito/tens feito/tem feito/temos feito/tendes feito/têm feito. Em espanhol: he hecho/has hecho/ha hecho/hemos hecho/habéis hecho/han hecho. O problema existe no uso destas formas em ambas as línguas. Em português a forma composta se usa mais para expressar uma ação continua; em espanhol, em compensação, a forma composta de, por exemplo, “fazer” que seria “he hecho”, expressa mais um “fiz”, uma ação que já ocorreu e terminou.
As feiras da semana são também diferentes nas línguas. É importante aceitar que o português é a única língua românica onde as feiras da semana têm nomes completamente diferentes. Este sistema da “feiras” (segunda-feira, terça-feira, etc), não é como o sistema dos [es. lunes, martes, miércoles, jueves, etc.], [fr. Lundi, mardi, mercredi, etc], [it. Lunedì, martedì, mercoledì, ecc.] e [ro. Luni, marţi, miercuri, joi, etc.].
Como vimos, o português e o espanhol são línguas parecidas; no entanto, para poder dizer que falamos bem a línguas, precisamos estudar muito bem e aprender dos nossos erros. Para isso conhecer uma pessoa lusófona ou hispanófona torna-se muito útil. Falar o portunhol é já um primeiro passo. Depois para um aperfeiçoamento precisa-se duma gramática. Talvez em outro momento vou escrever de novo sobre alguns temas relacionados com o portunhol, seja em espanhol ou seja em português. Até!